sábado, 30 de maio de 2015

O OBSERVADOR

Nota 4,5 Keanu Reeves tentou, sem êxito, reciclar sua imagem testando um personagem do mal

O gênero de suspense vira e mexe entra em crise e presenteia o público com verdadeiras pérolas que poderiam nunca ter sido feitas, pois foram tempo e dinheiro jogados fora por parte de seus realizadores. Por tabela, significam prejuízos semelhantes aos espectadores desavisados. Quando O Observador foi lançado nos cinemas, a crítica especializada detonou o filme e ele bem que poderia ser encaixado na descrição acima, mas é preciso se fazer justiça. O longa não é tão horrível como diziam, porém, carecia de um roteiro melhor construído e que apresentasse ao espectador revelações ou cenas impactantes para justificá-lo como um projeto para cinema. A história adaptada de um conto de Darcy Meyers e David Elliot (este último também autor do roteiro em parceria com Clay Ayers) gira em torno do agente do FBI Joel Campbell (James Spader) que após anos perseguindo assassinos psicóticos e lidando com casos de mortes na agitada cidade de Los Angeles agora está abandonando este trabalho e se mudando para outra cidade. Todavia, seu arquiinimigo, o serial killer David Allen Griffin (Keanu Reeves), seguiu seus passos até seu novo endereço em Chicago apenas para atormentá-lo de forma peculiar. Antes de cada morte que planeja, Griffin vigia minuciosamente todos os passos de sua vítima, sempre uma mulher, a seduz com uma conversa melosa e consegue fotos da mesma e as envia para Campbell junto com um desafio: ele precisa encontrar a tal pessoa até certo horário senão ele a matará. O jogo mórbido atinge o ápice quando, não por coincidência, Griffin promete matar Polly (Marisa Tomei), a terapeuta do agente. O jogo de gato e rato esquenta ainda mais a partir disto.

O resultado final estaria muito bom para um trabalho feito para a TV ou lançamento direto para o mercado de locação e varejo, mas com Reeves encabeçando o elenco os produtores certamente acreditaram no poder de atração de seu nome e investiram para o circuito de cinema. A expectativa positiva acabou não se concretizando e o filme foi ignorado pelo público, muito por conta das críticas negativas da imprensa, mas merece uma revisão em DVD. Para curtir em casa, a história é até um pouco acima da média e deve segurar a atenção dos espectadores. Bem no estilo das produções que a Globo costuma exibir aos sábados a noite, a trama é previsível e repleta de clichês. Nem mesmo pequenos lampejos de criatividade são observados na edição ou nos movimentos de câmera. Dessa forma, tudo no longa o desfavorece, só mesmo funcionando para plateias pouco exigentes ou que estejam habituadas aos modelos de filmes modestos e que só servem para preencher a programação televisiva. Reeves aceitou um roteiro que não estava a sua altura por dois motivos. Primeiro, para ter a oportunidade de mudar sua imagem de bom moço, apesar do seu visual em seu trabalho anterior, Matrix, ser um tanto enigmático, mas longe de ser do mal. Segundo, sua amizade pelo diretor Joe Charbanic que já havia assumido a direção de um documentário sobre a banda Dogstar na qual o ator era baixista. Já o ator James Spader, que fez sucesso com Sexo, Mentiras e Videotape, andava sumido do cinema na época e acabou reaparecendo em um papel pouco expressivo. Em todo caso, O Observador funciona para matar o tempo ocioso. Simplesmente não prejudica e nem acrescenta nada a quem assiste.

Suspense - 96 min - 2000 

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