Nota 5,0 Embora mantenha a premissa do primeiro filme, sequência apela para a carnificina
Já é de praxe que produções de
suspense e terror ganhem continuações, independente de serem sucessos ou não,
afinal de contas o que interessa mesmo para seu público-alvo é ter um motivo
para se reunir com os amigos para curtir uma zoeira, se entupir de pipoca e
refrigerante e se tiver sorte rolar uma azaração. O filme que vão assistir é o
de menos. O estranho e decepcionante final de Perseguição - A Estrada da Morte já dava a entender que uma
continuação estava nos planos dos produtores, ainda que fora o mote principal e
o vilão pouca coisa nesta segunda produção tem a ver com seu antecessor, a
começar pelo elenco renovado, mas cujos personagens continuam igualmente
estereotipados. A trama de Perseguição 2 - O
Resgate foi criada por James Robert Johnston e Bennett Yellin e
acompanha um grupo de jovens que parte em uma viagem para Las Vegas cheios de
expectativas e em busca de muita curtição. Para ganhar tempo, Melissa (Nicki
Aucox), Bobby (Nick Zano), Kayla (Laura Jordan) e Nik (Kyle Schmidt) decidem
pegar um desvio, mas acabam enfrentando no meio do trajeto um problema com o
carro e buscam ajuda na única residência existente nos arredores da estrada. A
casa parece estar abandonada, mas eles acham um veículo ainda em funcionamento
e resolvem pegar emprestado. Melissa, na melhor das intenções, deixa um bilhete
com o número de seu celular para o dono da casa, assim ele poderia telefonar e
assim poderiam dar explicações e combinar uma forma de devolver o carro. Mal
sabe ela que este simples recado transformaria suas próximas horas em um
verdadeiro inferno. Logo ela e seus amigos passam a ser perseguidos por
Parafuso (ou Rusty Nail), um misterioso homem a bordo de um velho e gigantesco
caminhão. Violento e sádico, ele parece ser invisível, surpreendendo-os onde e
quando menos esperam, além de sempre estar munido de informações particulares
sobre os atos do grupo como se fosse uma figura onipresente. Reféns de sua
implacável sede de vingança, o grupo é submetido a cenas de humilhação e
tortura como se o vilão quisesse testar seus limites e incitar que eles
próprios dessem cabo de suas vidas.
A adrenalina e o suspense estão
em alta voltagem e o tal motorista começa a fazer um jogo de tortura
psicológica com os jovens, com direito a sadismo e mutilação. Rusty Nail desta
vez está muito mais ávido por sangue e tem mais incautos para torturar. O
elenco desconhecido tem interpretações medianas, mas consegue segurar bem as
pontas interpretando perfis manjados. A mocinha justa e corajosa, a pervertida,
o bonitão com pinta de atleta e até um emo um tanto chato batem cartão. Difícil
torcer pela sobrevivência de algum deles, ainda mais porque neste capítulo a
sugestão do horror é trocada pelo explícito. Toda a violência gráfica evitada
no primeiro filme aqui ganha espaço pelas mãos do diretor Louis Morneau, do
trash Morcegos. Nesta sequência
percebe-se a influência do fenômenos Jogos
Mortais, uma mudança de estilo gritante e desnecessária oferecendo algumas
sequencias um tanto apelativas. Embora deixa a pegada de thriller psicológico
um pouco de lado, o longa cumpre seus objetivos de deixar os espectadores
tensos e curiosos. Como aproximadamente sete anos separam o longa original
desta sequência lançada diretamente em DVD, é comum ficarmos com a pulga atrás
da orelha devido ao estigma de uma lacuna de tempo desse porte indicar uma
coisa: uma tremenda fria vem por aí. Geralmente as continuações produzidas
diretamente para o consumo doméstico já nascem com o rótulo de produto
caça-níquel, produções de orçamento limitado e de qualidade duvidosa. Não é o
caso. Para quem gosta deste estilo sádico de horror, Perseguição
2 - O Resgate pode ser uma boa opção, inclusive por tecnicamente
se equiparar ao filme original. Agitado do início ao fim, não abrindo espaço
nem mesmo para uma apresentação mais apurada dos personagens, esta sequência
não é vergonhosa, porém, tampouco excepcional. Serve para passar o tempo, mas
faz uma falta danada o estilo nostálgico, algo inspirado na década de 1970,
adotado no primeiro exemplar da série que ainda ganhou mais um terceiro
capítulo, esse sim uma bomba apelativa que se distancia ainda mais do argumento
original. Já diz o ditado: um é pouco, dois é bom, mas três é demais.
Suspense - 91 min - 2008
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