domingo, 21 de maio de 2017

A BUSCA PELA HONRA

Nota 4,5 Mais centrado na história dos mórmons, drama não consegue envolver os leigos

Dando continuidade ao argumento de Tempo de Glória, o drama A Busca Pela Honra segue contando a saga da família fictícia Steed traçando um paralelo com o desenvolvimento inicial de um novo culto religioso. Talvez pela necessidade de estar por dentro do conteúdo do primeiro filme, a obra se torna um pouco maçante até mesmo para aqueles que já conhecem o tema e o excesso de personagens e nomes citados no decorrer da película tendem a dar um nó na cabeça do espectador. Contudo, o roteirista Matt Whitaker toma o cuidado de nos primeiros minutos resgatar rapidamente a trama original recordando a chegada da família protagonista à Nova York e as consequências da aproximação de Nathan (Alexander Carroll), um dos herdeiros do clã, com Joseph Smith (Jonathan Scarfe), um jovem que afirmava ter sido destinado a traduzir escritos sagrados de placas de ouro e fundar uma nova religião. Da disputa pelo valor destes artefatos ao preconceito de acreditarem que o rapaz tinha pacto com forças demoníacas, muita discórdia foi semeada até que o suposto predestinado decidiu partir para outra cidade para fundar definitivamente a religião dos mórmons. Estamos em meados de 1830 e Nathan está para se casar com Lydia (Sarah Bastian) sob as bênçãos de Smith e sua Igreja então já endossada pelo governo, porém, o religioso continuava sofrendo perseguições acusado de ter ligações com entidades satânicas. Mesmo assim, pouco tempo depois ele decide se mudar para Ohio onde teria recebido a incumbência divina de construir um templo e junto com ele também seguem seus fiéis seguidores, entre os quais a família Steed em peso. Todos acreditavam que o lugar teria melhores condições de vida e seria protegido pela força do culto, ou melhor, quase todos. Benjamin (Sam Hennings), o patriarca, continua nutrindo preconceitos quanto aos mórmons, mas acaba indo junto apenas o tempo suficiente para Nathan e sua esposa grávida se acomodarem. É nesse momento que chegam notícias sobre Joshua (Eric Johnson), o filho mais velho da família, que agora vive na fronteira da região de Missouri após ter perdido seu grande amor para o irmão e amargar o fato de seus planos de enriquecer por meios torpes terem falhado.

Casado com Jess (Emily Podleski), Joshua ganha a vida trapaceando em jogos de cartas nos quais usa a esposa para espionar os adversários, mas sempre desconta suas frustrações em cima dela até que chega o momento em que a moça se cansa e sai de casa. Abrigada por um grupo de mórmons que estavam na região de Missouri para comprar terras para construir de fato o tal templo, parece que alguém lá em cima estava mexendo os pauzinhos para unir a família Steed, mas não calculou os riscos. Embora tente ser diferente e prometendo não voltar a fazer mal à esposa, Joshua não consegue se controlar e toda a raiva que já sentia dessa gente, incluindo Nathan por também ter atrapalhado o roubo das placas de ouro sagradas, o faz declarar guerra aos seguidores de Smith e conta com o apoio de muita gente. É óbvio que chegará o momento em que os irmãos vão se encontrar e duelar duplamente, tanto por ideias quanto por problemas particulares. Baseado no romance de Gerald N. Lund, “The Work and the Glory”, o diretor Sterling Van Wagenen privilegia o apuro visual assim como o diretor do primeiro filme, Por Huss Holt. Estão mantidas as belas locações naturais, os cenários e figurinos ricos em detalhes e a fotografia que procura enquadramentos dignos de grandes produções épicas, assim como os arranjos da trilha sonora. Por outro lado, o texto não flui tão bem quanto na obra antecessora. Antes a trama tinha uma preocupação em agradar também o público que desconhece a cultura mórmon, mas sua continuação erra ao acreditar que todos já estão pós-graduados no assunto. Dessa forma, muitos acontecimentos parecem jogados na tela e os personagens custam a cativar o espectador. O resultado é que A Busca Pela Honra torna-se tedioso à medida que vai narrando uma trama cheia de eventos, mas sem a preocupação de criar mecanismos para envolver quem assiste. Estão presentes os conflitos familiares que se estendem ao campo religioso e que por sua vez culminam em problemas sociais, mas tudo parece muito mecânico, sem emoção, ainda mais por abordar uma temática teoricamente tão desconhecida. De qualquer forma, a quem tiver paciência, o longa ajuda a reconstruir um pouco da História norte-americana. Se antes a perseguição aos mórmons era por conta de bens materiais, agora a caçada se deve a questões políticas.

Drama - 100 min - 2005

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