domingo, 8 de outubro de 2017

UM VIRGEM DE 41 ANOS LIGEIRAMENTE EM APUROS

Nota 1,5 Mais uma paródia de sucessos de momento não vai além de escatologia e vexames

Tirar um sarro dos filmes de terror, dos de ação, de suspenses... As paródias, que na verdade em sua maioria se resumem a uma desconjuntada reunião de esquetes humorísticos que pinçam das fitas homenageadas sequências ou referências de fácil identificação, acabaram se tornando um rentável subgênero. Se não rendem nos cinemas, certamente garantem algum lucro aos serviços de streaming e são certeza para ocupar horários na TV paga, por isso ainda são feitos aos montes. Fora a franquia Todo Mundo em Pânico que gerou cinco longas e pode a qualquer momento ser ressuscitada, outras fitas não passaram do capítulo de estreia, mas de tempos em tempos produtos do tipo são lançados para tirar onda de sucessos de determinado período ou até mesmo de estilos em evidência, mas no caldeirão de loucuras sempre há espaço para reverenciar o passado, rir de celebridades, alfinetar políticos e tripudiar em cima de micos e escândalos.  Apesar de serem lembradas como grandes e descartáveis bobagens, de certa forma são produções que servem como um registro às avessas de sua época. Não é muito comum uma comédia parodiar seu próprio gênero, mas a forte corrente de humor feito sob medida para agradar marmanjos com síndrome de Peter Pan não poderia passar despercebida. O longo título Um Virgem de 41 Anos Ligeiramente em Apuros vende seu peixe sem pudores e até exagera na autoexplicação. O Virgem de 40 Anos, Ligeiramente Grávidos e até Colegiais em Apuros servem como inspiração para a história de Andy (Bryan Callen), um sujeito pacato que por vergonha e falta de traquejo nunca conseguiu levar uma mulher para a cama. Seus amigos então resolvem ajudá-lo a desencantar melhorando seu visual e arranjando encontros, mas acabam o metendo em grandes confusões.

Certo dia Andy se apaixona a primeira vista por uma bela jovem que caminha insinuante pela rua, mas que parece feita de ferro. Ela é atropelada, baleada e massacrada a facadas e resiste formosa (oi?). Sim, é isso mesmo. O cara, por sua vez, assiste passivamente a moça ser violentada e não faz nada, apenas fica admirando sua beleza. Eis que ele a reencontra por acaso em um barzinho. Ela é Kim (Noureen DeWulf), uma moça doce, gentil e alto astral, mesmo agora dependente de uma perna postiça. Todavia, o virgem também tem o azar de conhecer Sarah (Mircea Monroe) que se aproveita de uma bebedeira dele para acusá-lo de tê-la engravidado. Detalhe, da noite para o dia ela surge com um barrigão prestes a dar a luz e mesmo deixando evidente que é uma piriguete com letras maiúsculas continua perturbando Andy quanto a paternidade. Em paralelo as desventuras do marmanjão, temos as trapalhadas de McAnalovin (Austin Michael Scott) e Jonah (Steven Sims), adolescentes também amigos do protagonista, mas ao contrário dele não querem preservar a virgindade e estão com os hormônios em ebulição. Inspirado em Superbad - É Hoje!, tal gancho mostra o primeiro rapaz em apuros com uma dupla de policiais com atitudes muito suspeitas e o outro caindo na armadilha de um reality show que caça pedófilos. Marcando a estreia na direção de Craig Moss, que viria a se especializar em paródias e assina o roteiro em parceria com Brad Kaaya, Um Virgem de 41 Anos Ligeiramente em Apuros é mais uma diversão rapidamente esquecível que busca risos através da fácil identificação do espectador a elementos e cenas-chaves e que abusa de pornografia, palavrões e escatologia. Na lambança sobra até menção para o premiado Quem Quer Ser Um Milionário? nos créditos finais com ilustrações de uma aloprada dança indiana e tem até um personagem em alusão ao também afamado O Curioso Caso de Benjamin Button. A molecada deve se divertir a valer. E só.

Comédia - 82 min - 2010

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